terça-feira, 18 de setembro de 2012

Terreno particular recuperado: valorização de um imóvel e requalificação ambiental – um exemplo a seguir!

Um seguidor deste blog enviou-nos este texto, que publicamos integralmente. Merece ser lido com atenção… e admiração.  

“Num terreno abandonado há mais de meio século, dois quilómetros a sul de Oliveira de Azeméis, decidimos criar um pomar com espaço florestal ao lado. Assim, foram plantadas fruteiras, na zona mais solarenga do terreno, bem como diversos tipos de Quercus (sobreiros, azinheiras, alvarinhos, negrais e cerquinhos, em compassos de 4x4) e pinheiros mansos, em algumas orlas. Alguns exemplares foram comprados em viveiros florestais (com alturas de 20cm a 1m), outros oferecidos por amigos comuns e ainda outros transplantados de terrenos próximos, com a devida autorização.

Quase todos estão de boa saúde, com algum crescimento visível. O grande problema é controlar a vegetação infestante, que quer competir com eles pela luz, água e nutrientes…
Numa bordadura mais alta do terreno, reconstruída, decidimos colocar arbustos que segurassem a terra e criassem uma barreira física de proteção do mesmo. Com esse objectivo, procuramos obter exemplares de espinheiros, pilriteiros e carrascos (Quercus coccifera). Foi assim que entramos em contato com o “Bologta”, que nos cedeu bolotas de carrascos.


Estas bolotas, recolhidas em Outubro de 20011, em Ega, Condeixa-a-Nova, foram colocadas em garrafões de 5L e garrafas de 1,5L, numa mistura de areia “podre”, composto caseiro e terra. As primeiras germinações foram observadas na segunda quinzena de Março de 2012. Das 49 bolotas colocadas, germinaram 19, até agora (Julho de 2012).
De referir que grande percentagem das bolotas colocadas em garrafões germinou, em contrate com as pouquíssimas germinadas em garrafas. Como o Inverno foi relativamente seco, será que o êxito das germinações está dependente da quantidade de terra que envolve a bolota? Quanto menos terra, mais depressa seca a mesma, logo menos probabilidade de êxito. Será?

Bem, seja como for, no Outono próximo, estas plantas irão para o terreno, com satisfação nossa. Embora se saiba que o habitat preferido dos carrascos não abrange esta zona geográfica, creio ser possível que as alterações climáticas permitam que estas plantas tenham uma vida digna em Oliveira de Azeméis. Se assim for, muito do nosso atual conhecimento sobre a vida das plantas terá de se ajustar às novas realidades.”

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